O JUBILEU DE DIAMANTE DO INSTITUTO SÃO JOSÉ EM CAMOCIM

Com um rastro meteórico e luminoso, vai chegando ao seu Jubileu de Diamante o Instituto São José em Camocim. Sim! 60 anos está completando o nosso colégio em 19 de março de 2010.

Eu tenho estado com ele desde seu nascedouro, pois era professor nele desde os idos de 1958, quando ele se chamava Ginásio Imaculada Conceição. Lembro-me que, nas sessões lítero-musicais, terminava-se o estribilho com o verso: "Do Ginásio Imaculada Conceição"(...)
Portanto, é como uma plantinha que eu vi nascer que eu falo dele. Recordo, com respeito as reverendas irmãs de hábito marrom, que como andorinhas de Cristo, se desmancharam em luz na luta do ensinar. Recordo, com admiração, a competência em Matemática e a dedicação da Irmã Zózima. Nem a sua pertinaz dor de cabeça a afastava da sala de aula. Recordo com amor os desvelos com que a Irmã Victrícia, cujo nome significava "vitoriosa", recebia os meus filhos no jardim da infância. A Mara, que hoje é médica, faltava arrancar o terço enorme que pendia da sua cintura. Ainda vêm-me à alma - pois gosto muito de música - os acordes infantis dos cânticos orfeônicos dirigidos por uma irmã de cujo nome eu não me lembro. A Madre Natália era a diretora. Magra, alta e severa. Eu via a contenção dela quando abordava o/a aluno/a que chegava à sua presença. Tanto que todos gostavam dela, inclusive eu. Enfim, das irmãs que rodearam essa criança que cresceu entre nós eu guardo, sobretudo, o amor que eu lia nas feições delas na faina do ensino. Essa palavra linda "amor" que eu coloquei nos versos do hino do Jubileu de Ouro, que eu compus para o colégio em 19 de março de 2000:

"Revivei, ó irmãs capuchinhas,
que aqui na escola passaram!
Vosso exemplo de "amor" nos ensina
Que os que "amam" jamais fracassaram!"


De lá pra cá, o colégio mudou o nome, de Ginásio Imaculada Conceição para o de "Instituto São José", mas não mudou a directriz que norteia a Instituição desde o seu berço. A directriz é a maneira humana de ensinar, reflexo do lema franciscano "Paz e Bem". Tanto que a luta principal de hoje é manter o colégio em pé no nível alto que ele ocupa na cidade, sem ter que abrir mão dos alunos pobres.

Enfim, eu sinto hoje um grande respeito pelo casarão que eu vi crescer na Praça Severiano Morel e quase me descubro diante dele quando passo para a missa dominical. O meu depoimento é este: foi o colégio que eu escolhi para os meus filhos e o que eu estou recomendando para os meus netos.

FRANCISCO VALMIR ROCHA