19 DE MARÇO - DIA DO GLORIOSO SÃO JOSÉ

Deus humanado quis ter um pai na terra, quis ter uma família, começar a Redenção do mundo pela família, por isso escolheu e adotou um pai. Foi uma adoção à avessas: não foi um pai que adotou um filho, mas o contrário.

São José, o homem justo, foi o escolhido para ser esposo da Mãe de Deus. Veja o testemunho de alguns mestres da fé sobre tão ilustre patriarca:

Santo Afonso de Ligório (1696-1787), doutor da Igreja, garantia que todo dom ou privilégio que Deus concedeu a outro Santo também o concedeu a São José(...)


São Francisco de Sales (1567-1655), doutor da Igreja; diz que “São José ultrapassou, na pureza, os Anjos da mais alta hierarquia”(...)

São Jerônimo (348-420), doutor da Igreja: “José mereceu o nome de “Justo”, porque possuía de modo perfeito todas as virtudes”.

São Bernardo (1090-1153), doutor da Igreja, diz de São José: “De sua vocação, considerai a multiplicidade, a excelência, a sublimidade dos dons sobrenaturais com que foi enriquecido por Deus”.

São Basílio Magno (330-369), doutor da Igreja, diz: “Ainda que José tratasse sua mulher com todo afeto e amor e com todo o cuidado próprio dos cônjuges, entretanto se abstiveram dos atos conjugais” (Tratado da Virgem Santíssima, BAC, Madri, 1952, p. 36). Santa Teresa de Ávila (1515-1582), doutora da Igreja :“Tomei por advogado e senhor ao glorioso São José e muito me encomendei a ele. Claramente vi que dessa necessidade, como de outras maiores referentes à honra e à perda da alma, esse pai e senhor meu salvou-me com maior lucro do que eu lhe sabia pedir. Não me recordo de lhe haver, até agora, suplicado graça que tenha deixado de obter".

Quando José quis abandonar Maria no silêncio, para não difamá-la, o Anjo lhe diz: “José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados. Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor falou pelo profeta: Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho, que se chamará Emanuel (Is 7, 14), que significa: Deus conosco. Despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado e recebeu em sua casa sua esposa. E, sem que ele a tivesse conhecido, ela deu à luz o seu filho, que recebeu o nome de Jesus.”

Ele era de fato filho legal de José: “Este não é o carpinteiro, o filho de Maria, o irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E suas irmãs não estão entre nós?” Observe que apenas o “carpinteiro” é chamado de “o filho de Maria” e não “um dos filhos de Maria”.

Para avaliarmos a grandeza de São José consideremos que Deus, ao escolher alguém para uma missão, dá-lhe graças proporcionais para realizá-la. Além do que, quanto mais alguém se aproxima da fonte da graça, tanto mais dela participa. Ora, São José esteve intimamente ligado à própria fonte, Jesus Cristo, e à Medianeira de todas as graças, Maria Santíssima.

A missão e predestinação de São José e da Virgem Maria, requeriam uma santidade total, logo por esta missão totalmente divina de S. José, Deus lhe concedeu todas as graças.

A teologia sobre São José se baseia em dois pontos fundamentas: primeiro, sua união com Maria pelo matrimônio; segundo, seu ministério paternal junto de Jesus Cristo. Ora, toda a mariologia se apóia em um princípio fundamental: Maria é a mãe de Deus. Esta é a razão de todas as graças e privilégios de Maria Santíssima.

São Paulo diz que: “A cada um de nós foi dada a graça na medida do dom de Cristo” (Ef 4, 7). Só Jesus teve a plenitude absoluta da graça, quanto à sua essência e seus efeitos, pela união estreitíssima de sua alma com a divindade. A plenitude relativa de graça, a que chegam os santos, equivale ao que os teólogos chamam de “confirmação em graça”. Quer dizer, certa impecabilidade, que se dá mediante um grande aumento da caridade. A esta se soma uma proteção especial de Deus, que afasta as ocasiões de pecado e fortalece a alma quando necessário, de modo a preservá-la do pecado mortal e até de pecado venial deliberado.

São José, pela sua íntima relação com o mesmo Deus e com Sua Mãe foi confirmado em graça, pelo menos a partir do momento de suas bodas com a Virgem Santíssima.

São José exerceu o ofício de pai dentro da Sagrada Família. A ele coube a honra de dar o Nome ao seu Filho legal no dia da circuncisão, como lhe foi dito pelo anjo. A ele coube também zelar pela segurança de Jesus-Menino e de sua Mãe. E, em todo momento, Jesus obedeceu a São José como a verdadeiro pai (Lc 2, 51).São José fez na Terra o lugar do Pai do Céu diante do Menino Jesus. Não pode haver honrar maior para um homem na Terra.

Na Encíclica “Quamquam pluries”, Leão XIII expõs de maneira profunda a doutrina sobre São José, desde os fundamentos de sua excelsa dignidade e glória até a razão própria e singular de ser proclamado Patrono de toda a Igreja, em 1870 pelo Papa Pio IX, bem como modelo e advogado de todas as famílias e lares cristãos.

O Papa Bento XVI, ao cumprir-se meio século da proclamação de São José como Patrono da Igreja universal, em seu motu proprio “Bonum sane”, recordando a necessidade e eficácia da devoção ao santo Patriarca, propõe suas virtudes de modo especial às famílias pobres e aos trabalhadores humildes, tão descristianizados em nossa época neo-pagã.

Diante do presépio, adorando ao Menino Jesus, Salvador da humanidade, venerando Maria, a Mãe santíssima do Senhor, não nos esqueçamos do grande e glorioso São José, que tudo pode diante do Seu Filho que Reina.

FONTE: FELIPE AQUINO

DOCUMENTÁRIO SOBRE OS 60 ANOS DO INSTITUTO SÃO JOSÉ